quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

SIMPLESMENTE SAUDADE

Sinto saudades não da sua pessoa física mas do seu espírito alegre que tanto me iluminava, do sorriso fácil e das besteiras que falávamos sem parar. Sinto falta da cumplicidade e daquele olhar que já dizia tudo e que em seguida caía na gargalhada. Sinto falta do ZUCO, do GUARANÁ e de todos os personagens que criávamos para nos sentirmos mais perto um do outro. Não sei o que aconteceu ou em que momento você me esqueceu ou deixou de me amar. Mentira. Sei muito bem. Tudo aconteceu no dia que o mundo te chamou e você foi. Obediente como um soldado e foi conhecer as coisas que eu apenas falava e que só na sua imaginação acontecia. Foi viver a sua vida, tão corrida e emocionada e que quando se dá conta, mais um dia se passou e comigo, não falou. São tantas coisas para ver, para saber, para experimentar. São tantas pessoas que aparecem e tantas vidas tão interessantes que quando se dá conta, mais um dia se passou e, de novo, comigo não falou. Sei que a vida adulta não é fácil. São muitas responsabilidades, muitos compromissos ou muito ócio, sei lá. O que sei é que sinto saudades de um menino tão bonzinho, que costumava me amar e que quando lembrava, me chamava de mãe.
Não é apenas a morte que nos separa de quem amamos. A vida também. Só que da morte não tem volta. Da vida? Talvez.

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