quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O VALOR DO EXEMPLO

 


O exemplo vem de casa e ponto. Vim de uma família de alemães onde a comida era coisa sagrada,pois minha mãe dizia que a guerra fez com que ela desse valor a cada pedacinho de comida que tinha em casa. Sempre tivemos fartura mas nunca extravagâncias. Note bem a diferença. Na fartura você tem de tudo e nada se desperdiça e na extravagância muita coisa se perde. Ouvia todo dia que eu tinha tendência para engordar já que tinha as perninhas grossas e por isso teria que tomar muito cuidado, pois era mais fácil perder dois quilos do que dez. Vejam bem, na minha casa tinha doce TODOS OS DIAS porque meu pai simplesmente não conseguia almoçar sem comer um "docinho" de sobremesa. Leia-se: vários tipos de compotas, balas e Nha benta da Kopenhagen( meu pai parecia o sócio de lá), pudins, doces de abóbora e mais o que minha mãe inventasse( e olha que ela tinha imaginação). Mas a minha querida mãe sempre dizia: Se quer comer doce, coma menos comida. A famosa lei da compensação e olha que dava certo porque na minha casa TODOS ERAM MAGROSSSSSS!!! Dá para imaginar isso? Uma casa onde todos os dias tem doces e ninguém é gordo??? Pois é na minha casa era assim. Mas o que eu realmente não esqueço era a lavagem cerebral que minha mãe fazia a respeito de eu ter tendência a engordar e como eu a via magra, acabava seguindo seus conselhos. Resultado: consegui me manter com meu peso estável por todos estes anos ( esqueça o ano passado quando pirei na batatinha e engordei os malditos 10 quilos. Para nunca mais.) O que quero dizer é que não adianta dizer para o seu filho que ele tem que emagrecer se você é o primeiro a comer porcarias e ser enorme de gordo. A magreza vem de família, vem de hábitos criados e enraizados dentro da alma. Alguns anos atrás a escolinha em que eu dava aula tinha  um jornalzinho e eu quis publicar uma matéria sobre obesidade na infância e meu amigo quase me matou dizendo que eu estava exagerando e que as mães não gostariam de ler que seus filhos estavam gordos. Queridas, cerca de 15% das crianças e 8% dos adolescentes sofrem de problemas de obesidade, e oito em cada dez adolescentes continuam obesos na fase adulta. Uma criança obesa se tornará um adulto obeso, isso porque as células adiposas começam a se multiplicar na infância e começam a achar que são as "donas do pedaço", então o organismo passa a pensar que o modo correto dele viver é com aquela quantidade enorme de células adiposas e mesmo que depois de adulto a pessoa emagreça, ela carregará para sempre a maldição de fazer dieta  porque poderá engordar a qualquer momento, caso não se cuide. É duro de ler isso, não é? Mas é a mais pura verdade e pode pesquisar por aí. Fiz muito isso durante anos. Se você não quer seu filho obeso, tenha você hábitos alimentares saudáveis e passe para ele a experiência de viver bem. Nós somos verdadeiros macaquinhos, pois quando crianças observamos tudo o que os adultos fazem para depois repetirmos quando crescemos. Isso em todas as áreas de comportamento, pode ser na alimentação, quanto na forma de tratar os outros, seja na forma de amar,ou como lidar com seu dinheiro. Aquilo que vemos em casa será o que carregaremos por toda a vida. Podemos mudar esse comportamento? Sim mas com muito custo, terapias e remédios para emagrecer.

Um comentário:

  1. Adorei, é isso mesmo, e olha que eu era magrela hein. Converso muito com um amigo sobre essa questão. Vivo na luta, mas como o meu problema é emocional fica mais complicado, mas não desisto.

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